Esta proposta de "Mutirão Criativo” convida os participantes para vivenciarem um momento coletivo onde poderão prototipar, com a mão na massa, ideias inovadoras que contribuam para um presente habitável,  justo e sustentável. A atividade é guiada pelos princípios da Aprendizagem Criativa, com o objetivo de vivenciar a Espiral da Aprendizagem Criativa (Imaginar, Criar, Brincar, Compartilhar e Refletir) e os 4 Ps (Projeto, Paixão, Parceria, Pensar Brincando). A atividade visa promover a ampliação de repertório de materiais e valoriza a exploração antes da explicação, promovendo um ambiente criativo e experimental que envolve o “pensar com as mãos” e explora o potencial das materialidades para construir novas formas de expressão e compreensão. 

Essa proposta também leva em consideração os seguintes pressupostos (inspirados nos materiais do The Tinkering Studio): 

Acreditamos que o aprendizado é alegre e para toda a vida. Ao criar e compartilhar experiências práticas que incentivam perguntas, explorações e descobertas individuais, estamos transformando a maneira como as pessoas aprendem. Aprender dessa forma empodera as pessoas a descobrirem por si mesmas—não apenas sobre ciência, mas também sobre qualquer tema, ideia ou conceito.

O construcionismo sugere que os aprendizes estão mais propensos a ter novas ideias quando estão ativamente envolvidos na criação de um artefato externo. Durante o Mutirão Criativo, é encorajada a construção de conhecimento no contexto da criação de artefatos significativos para cada participante. O objetivo é projetar oportunidades para que as pessoas "pensem com as mãos", ajudando-as a construir significado e entendimento a partir dessa experiência.

A diversidade de materiais e variáveis disponíveis para experimentação permitem que os aprendizes comecem por um aspecto em que se sintam mais confortáveis e, à medida que desenvolvem novas ideias, incrementem seus projetos.

A diversidade de materiais organizados em conjuntos (“Reinos”) tem como intencionalidade evidenciar também que os recursos escolhidos fazem diferença nas ideias desenvolvidas e na criação, e indicam a importância de uma seleção cuidadosa e variada de itens para propostas “mão na massa”. 

As atividades exploratórias devem ser divertidas, inspiradoras e surpreendentes. Não havendo instruções fixas ou um jeito “certo” de fazer as coisas no início. Permitir que os aprendizes façam algo de uma maneira que consideramos “errada” pode ser tão valioso quanto fazer de maneira que consideramos “certa”. Frequentemente, ficamos surpresos e encantados com a variedade de abordagens que os participantes usam, e queremos manter essa possibilidade de descoberta aberta durante toda a atividade.

Os materiais devem ser de fácil acesso, e os reinos devem ser organizados em grandes mesas de trabalho coletivas, para incentivar a troca de ideias e a colaboração entre os participantes. A mediação, nesse contexto, é uma forma de ensino que estimula as investigações, baseada em perguntas, estimulando as ideias próprias dos aprendizes.

Como mediadores, podemos:
Observar e respeitar o processo individual: Devemos dar espaço para que os participantes sigam seu próprio ritmo. Intervir apenas quando for necessário, oferecendo dicas, novos materiais ou maneiras alternativas de encarar um desafio.
Estimular a frustração produtiva: Devemos permitir que os aprendizes enfrentem desafios e falhas ao trabalhar com os materiais. Esses momentos são excelentes oportunidades de aprendizado.
Fomentar o engajamento com perguntas: Devemos estimular a curiosidade, perguntando sobre os trabalhos dos participantes e respondendo às dúvidas de forma que promova o pensamento criativo.
Apoiar diferentes resultados e ideias: Devemos aceitar a diversidade de soluções e estar abertos a novas ideias e objetivos que possam surgir durante a atividade. Não há um caminho pré-determinado; o importante é o processo de criação.
Co-aprender e guiar: Devemos praticar um estilo de mediação que não se limita a transmitir conteúdos prontos, mas sim a ser um guia e co-aprendiz no processo. Explore as soluções junto com os participantes, incentivando uma abordagem colaborativa ao conhecimento.